Crer ou não crer em Deus? Eis a questão.
Perguntava-me ontem a respeito desta tão conturbada questão que assola a humanidade há muitos e muitos séculos. Questão que já matou milhões de pessoas ao longo de nossa história. Questionava sobre a necessidade de existir um deus. Ou melhor, sobre a necessidade de existir um deus em nossas vidas, porque se Deus realmente existir, não adianta nada crermos ou não Nele, pois Ele vai estar lá do mesmo jeito, agindo sobre todas as coisas à nossa revelia. Deus não precisa de nossa aprovação para existir, mas precisa de nossa aprovação para atuar em nossas vidas. Mais do que isso, precisa de nossa aprovação, de nosso desejo, para participar de nossas vidas. Eu, particularmente, creio Nele. E creio muito. E, como amante dele que sou, quero sempre defendê-Lo, antes mesmo de O atacarem.
Gosto muito de falar de Deus. Não ouso reinventá-Lo, redefini-Lo ou tentar dar minha interpretação imperfeita a Suas leis perfeitas. Gosto apenas de crer, de procurar Sua presença nas mínimas coisas do mundo e, principalmente, na minha vida. Gosto de analisar como Ele nos ama e como não Se cansa de demonstrar isso, até mesmo para aqueles que O ignoram e/ou rejeitam.
Para os que amam e crêem em Deus, defini-Lo pode ser incrivelmente difícil ou incrivelmente simples. Normalmente se diz que “Deus é amor”. Para muitos, isso basta. Para outros, não. Mas mesmo para estes, há a certeza de que além de amor, de inteligência suprema, etc., Deus certamente é todo amor. E um amor inconcebível para nós, pois é um amor perfeito e de dimensões infinitas. Nós, em nossa rigorosa finitude, não temos condição de conceber o infinito da forma com ele realmente o é. Nossa vida é toda baseada em noção de tempo, de dias com vinte e quatro horas, semanas com sete dias, meses com vinte e oito, trinta e trinta e um dias, anos com doze meses e trezentos e sessenta e cinco ou trezentos e sessenta e seis dias... Enfim, sem o tempo não sabemos quem somos, quantos anos temos, onde estamos no espaço, a que distância fica uma cidade, etc... Para Deus não há o tempo. Não há o início, tampouco o fim. Deus sempre esteve lá e sempre estará. Apenas esta simples afirmação já causa estranheza, pois há aquela natural vontade de tentar saber quando, em que momento houve o início de Deus. Por isso digo que tentar compreender um amor que sempre existiu e que nunca vai acabar, e que pode amar sem limites, é muito difícil – diria que impossível – para nós, tão limitados em nossa condição de humanos imperfeitos, finitos e restritos.
Para os que não crêem, toda e qualquer menção a Deus soa piegas, igrejista e fanaticamente religiosa. É algo que incomoda e vira motivo de risadas nas rodas de amigos que não acreditam na existência da força suprema. É um direito deles, certo? Podemos agir da maneira que julgarmos melhor, mas isso não nos isenta da responsabilidade dos atos e das palavras. Nessas horas, penso como deve ser bom ser ateu. Não há futuro. Quando encerrar-se a vida na Terra, se encerrou tudo. Qualquer coisa que eu faça nunca será julgada, tudo vale. Queimar mendigos e/ou índios no meio da madrugada vale, pois se ninguém ficar sabendo não serei preso e não pagarei pelo crime. Ser ateu é, sem dúvidas, uma maravilha nessas horas. Pode até ser, mas seria sempre bom lembrar que não é porque não creio em algo que esse algo não existe.
Para os que não crêem, toda e qualquer menção a Deus soa piegas, igrejista e fanaticamente religiosa. É algo que incomoda e vira motivo de risadas nas rodas de amigos que não acreditam na existência da força suprema. É um direito deles, certo? Podemos agir da maneira que julgarmos melhor, mas isso não nos isenta da responsabilidade dos atos e das palavras. Nessas horas, penso como deve ser bom ser ateu. Não há futuro. Quando encerrar-se a vida na Terra, se encerrou tudo. Qualquer coisa que eu faça nunca será julgada, tudo vale. Queimar mendigos e/ou índios no meio da madrugada vale, pois se ninguém ficar sabendo não serei preso e não pagarei pelo crime. Ser ateu é, sem dúvidas, uma maravilha nessas horas. Pode até ser, mas seria sempre bom lembrar que não é porque não creio em algo que esse algo não existe.
O mudo de nascença não sabe que existe o som, mas ele existe. Você pode alegar que ele não conhece o som, mas vê os outros o emitindo. Analogamente, para os ateus há os que crêem. Para o mudo o som pode ser uma invenção criada pelos demais. Pode realmente não existir. Ser apenas um delírio coletivo. Que provas palpáveis ele, o mudo, tem a respeito da existência do som? Um livro de física? É um escrito que descreve algo que ele não conhece fisicamente (não vê, não toca, não percebe com qualquer sentido do corpo), assim como a Bíblia ou outros livros religiosos descrevem um Deus que também não pode ser conhecido fisicamente. Definições das páginas dos livros e experiências alheias convencem o mudo de que há o som, mas não convencem os ateus de que há um deus. Sempre me perguntarei o porquê disso...
Seja como for, para mim há um deus. Há Deus. E Ele, em sua tamanha bondade, nos ama a todos, crendo Nele ou não. E, por mais curioso que pareça, é através dos ateus que ele demonstra um de seus maiores gestos de amor. Ele os ama, os ajuda, os respeita em seu livre-arbítrio, mas nunca Se mostra pra eles de forma ostensiva. Aguarda calmamente em Sua inexorável eternidade que estes decidam procurá-Lo. Ele os ama em silêncio, calado, de forma platônica, esperando que um dia possa ser notado. Assim Ele demonstra todo o seu amor e sua bondade. E aqueles que crêem e têm olhos para ver, que vejam...
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